O que é a Dermatite Atópica?
A dermatite atópica, também designada por eczema atópico, é uma inflamação crónica da pele, que tipicamente ocorre na infância.
É a doença crónica da pele mais comum na criança e possui uma evolução cíclica com períodos de remissão e exacerbação. Nas últimas décadas tem-se registado um aumento da incidência da dermatite atópica provavelmente relacionada com o aumento da poluição e dos alergénios, bem como à maior acessibilidade aos cuidados médicos.
Quem sofre desta doença?
A grande maioria dos casos, cerca de 90% ocorre antes dos 5 anos de idade. Existem uma percentagem menor, cerca de 60% dos casos a surgirem no primeiro ano de vida. A dermatite atópica tem uma distribuição universal e ambos os sexos são igualmente atingidos.
Etiologia da Dermatite Atópica
É desconhecida a causa principal da dermatite atópica, no entanto, sabemos hoje que a hereditariedade parece ser o fator mais importante, já que se um dos pais tem dermatite atópica os filhos têm aproximadamente 30% de probabilidades de desenvolver a doença, ou 70% se ambos os pais são afectados. É frequente encontrar a dermatite atópica em crianças que têm doenças alérgicas, como asma e rinite alérgica ou em crianças que têm uma história de alergias na família.
Sintomas da Dermatite Atópica
Os principais sintomas associados a esta doença são as manifestações cutâneas e o prurido ou comichão.
A distribuição das lesões cutâneas varia com a idade, existindo assim três formas clínicas:
• A dermatite atópica do lactente ou da primeira infância ocorre dos 3-6 meses de idade até aos 2 anos. As lesões localizam-se caracteristicamente no couro cabeludo, face (sobretudo nas bochechas) e superfícies dos membros. Na dermatite atópica nesta idade a área envolvida é geralmente maior, podendo nos casos mais graves afetar a quase totalidade da pele mas normalmente a zona das fraldas é poupada.
• A dermatite atópica da criança ou da segunda infância ocorre em crianças ente os 2 anos de idade até aos 12 anos. As zonas caracteristicamente envolvidas são as superfícies flexoras dos membros, os punhos e os tornozelos.
• Na dermatite atópica do adolescente e do adulto as mãos, os pés e a face (sobretudo à volta dos olhos) são as zonas mais vezes atingidas.
Diagnóstico da Dermatite Atópica
O diagnóstico é feito in loco, não existindo nenhum teste ou exame laboratorial específico para a dermatite atópica.
São observadas as características típicas desta doença, nomeadamente: idade de ocorrência, lesões cutâneas com morfologia e topografia características, prurido, história pessoal ou familiar de atopia (doenças alérgicas) e curso crónico ou recorrente.
Tratamento da Dermatite Atópica
A dermatite atópica não tem cura, no entanto os sintomas podem ser controlados através da combinação de medidas gerais e recurso a terapêuticas medicamentosas.
A identificação e tratamento precoce da dermatite atópica são importantes para reduzir as lesões e os sintomas, prevenir as recorrências e para modificar o curso natural da doença.
O conhecimento de alguns conselhos práticos pode ajudar a reduzir a frequência das exacerbações, melhorando assim a qualidade de vidas destas crianças e seus pais.
Dicas para o tratamento da Dermatite Atópica:
Dermocorticóides e cremes emolientes
Para as crises, os dermatologistas prescrevem cremes ou pomadas à base de corticóides: os chamados dermocorticóides, que permitem corrigir as lesões desde o seu aparecimento. Assim que as lesões desaparecem, os cremes emolientes ajudam a hidratar bem a pele, por natureza, muito seca. Deste modo, previnem as crises. Os cremes indicados para a pele atópica aplicam-se uma a duas vezes por dia, em todo o corpo.
Para reduzir as crises, recomenda-se
• Preferir o duche ao banho: Deve ser diário, rápido e com água tépida (morna). A secagem deve ser feita sem esfregar e deve ser aplicado um creme emoliente de seguida, evitando a desidratação da pele e restaurando a barreira cutânea – Uma pele seca é mais propensa ao prurido.
• A utilização de gel de limpeza suave, sem sabão, nem perfume.
• As unhas devem estar sempre bem cortadas e limpas para evitar as infeções microbianas secundárias ao acto de coçar. O uso de luvas de algodão à noite pode estar recomendado.
• A escolha de roupas de algodão, em vez de lã ou materiais sintéticos: É fundamental que as roupas sejam bem enxaguadas de modo a remover os restos de detergentes, que podem agravar a doença. O calçado deve ser de couro e as meias de algodão de modo a permitir um bom arejamento.
• Manter uma temperatura fresca no quarto: O excesso de calor ou as mudanças de temperatura podem ser factores desencadeadores da doença.
• Os ácaros (pó) são também fatores de agravamento da dermatite atópica, por isso é recomendável remover tapetes, alcatifas, cortinas, peluches e tudo aquilo que pode levar à retenção de ácaros nos quartos.
A Farmácia do Lago aconselha-o a lidar com esta doença. Fale connosco!