Aftas

São pequenas, mas incomodam muito. Desconhecem-se com exactidão as suas causas, mas quase a toda gente, pelo menos uma vez na vida, já sentiu a boca em chamas. As aftas são assim mesmo!

Normalmente, não medem mais de 0,3 cm de diâmetro, mas o tamanho não diminui o martírio. A boca arde como num incêndio de verão e o mínimo movimento da língua é uma tortura sem fim.

As aftas são úlceras dolorosas que ocorrem ao nível da boca e da língua, instalando-se não importa em que cavidade bucal. Contudo, preferem os tecidos macios, particularmente o interior do lábio ou da bochecha ou ainda a língua e, raramente, o céu-da-boca ou a gengiva.
É a dor que chama a atenção. Uma dor acutilante, que cada toque transforma numa pequena descarga eléctrica.
Só depois de um exame da boca se descobre a afta: no início uma mancha vermelha, depois forma-se uma auréola e a lesão assume uma cor entre o esbranquiçado e o amarelado. Para cerca de 20% da população esta é uma doença comum, mas a verdade é que quase todos nós já fomos assaltados por esta sensação desconfortável pelo menos uma vez. O que provavelmente a maioria de nós não sabe é porque, sendo tão pequenas, doem tanto as aftas.

Mas doem precisamente por serem lesões ulceradas, expondo o tecido conjuntivo, que é rico em vasos e nervos.

O que causa a afta?

A origem das aftas é desconhecida, não existindo um agente etiológico único. A literatura médica aponta para uma alteração da resposta imunológica como possível causa. Os ácidos presentes na alimentação, os pequenos traumas da mucosa bucal, distúrbios intestinais, o ciclo menstrual e o stress emocional contam-se entre os factores que podem desencadear o aparecimento das pequenas úlceras.
Em pessoas imunologicamente deprimidas na sequência de um pós-operatório prolongado e desgastante observa-se o aparecimento de áreas ulceradas na boca, o mesmo podendo acontecer devido a traumatismos associados ao uso incorrecto de aparelhos ortodônticos. Do mesmo modo são de equacionar aspectos hereditários, parecendo existir um traço familiar, já que filhos de pais portadores de aftas apresentam uma probabilidade maior de desenvolver as pequenas úlceras bucais.
Descartada já com absoluta certeza está a hipótese de a doença ser contagiosa.

Como tratar?

Em geral, as aftas desaparecem espontaneamente ao fim de 8 a 15 dias, embora sejam frequentes as recidivas. Contudo, dado o incómodo que causam dificilmente se aguenta tanto tempo um incêndio na boca. Assim, é possível combater a úlcera e fazer regredir a dor com um tratamento local, bochechando várias vezes ao dia com uma solução anti-séptica ou aplicando um anestésico local, disponível sob a forma de um gel fresco. Neste caso, faça uma pausa de dez a quinze minutos antes de ingerir qualquer alimento, dando ao produto tempo para agir. E por falar em alimentos, saiba que por eles passa também a solução. Se a afta já estiver instalada, prefira alimentos suaves, evite os picantes que estimulam a dor. Mastigue lentamente, para não aumentar as lesões. E previna-se: se tiver predisposição, convém bochechar a boca diariamente com um elixir anti-séptico e manter os dentes em boa forma, pois as cáries atraem as aftas. Alimente-se bem, evitando a debilidade orgânica causada por carência de vitaminas, sais minerais e outros nutrientes. Nunca se esqueça que uma afta nunca vem só! E se uma afta incomoda, imagine uma atrás das outras… Não as confunda! Há outras doenças que podem ser confundidas com as aftas, doenças mais graves, pelo que é importante estar atento aos sinais.

O cancro da boca, ou carcinoma epidermóide, frequentemente começa como uma lesão ulcerada. Daí que, perante uma úlcera bucal que não cicatriza em 15 dias, o melhor seja consultar o dentista para o diagnóstico da lesão. Além disso, algumas doenças infecciosas, como o herpes, e algumas doenças dermatológicas, como o lúpus, embora tenham características próprias bem conhecidas, podem parecer-se com aftas em determinada fase do seu desenvolvimento, podendo ser confundidas por um leigo. Contudo, a diferença – abismal – é entre uma doença comum, passageira, e uma doença contagiosa. Importa, pois, consultar o médico, se as lesões persistirem além do tempo de “vida” normal de uma afta.

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